16 junho 2009

"Tina", finalmente, ganha revista própria

. 16 junho 2009

O cartunista brasileiro Maurício de Sousa declarou, recentemente, que os maiores consumidores de suas histórias em quadrinhos são crianças e adultos. Segundo ele, adolescentes são difíceis de agradar. É a fase da vida em que o jovem abandona as HQs, pois as considera coisa de criança. Mas volta a elas depois de adulto, pois diversão não tem idade.


Para tentar evitar este hiato, a Maurício de Sousa Produções e a editora Panini começaram a mirar no público adolescente. Primeiro, lançaram o "Almanaque da Tina", com republicações de histórias protagonizadas por Tina, Rolo, Pipa e Zecão, a turma de adolescentes que aparece nas revistas da "Mônica". Depois vieram as minisséries da coleção "Tina e os Caçadores de Enigma", a primeira revista lançada com a intenção de agradar o jovem através de personagens velhos conhecidos. As minisséries foram lançadas em formato americano e trouxeram algumas mudanças à Tina e cia: o visual de alguns personagens foi alterado e todos agora aparecem na faculdade. Tina é uma estudante de jornalismo e, como tal, tem alma de repórter. As minisséries, portanto, levam Tina e seus amigos a investigarem mistérios, que podem ser mitológicos, alienígenas ou sobrenaturais.


Depois veio o mangá "Turma da Mônica Jovem", que trouxe Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali aos 15 anos e com visual de quadrinhos japoneses. A publicação, que está na décima edição, mescla tramas fantasiosas, em que os personagens se tornam heróis e salvam o mundo, com tramas voltadas ao cotidiano, com colégio, namoros etc. A revista não agradou a todos, mas mostrou sua força nas bancas, onde segue sendo bem vendida.


O sucesso da "Turma da Mônica Jovem" deve ter pesado na decisão de, finalmente, trazer Tina e seus amigos numa revista efetiva, e não mais minisséries ou almanaques. A revista "Tina" já está nas bancas, em formato americano, trazendo várias histórias divertidas protagonizadas pela jovem repórter e seus amigos. Ao contrário da "Turma Jovem", "Tina" traz várias histórias por edição, a maioria com temas mais cotidianos. Apenas a história que fecha a revista é que é mais fantástica e, aparentemente, pretende dar continuidade à série "Caçadores de Enigmas", desta vez numa saga em que os personagens vão investigar os mistérios do continente perdido de Atlântida. Além dos quadrinhos, a revista traz ainda entrevistas (a da primeira edição é com Mônica Sousa, a filha do Maurício que inspirou a personagem) e uma seção chamada "Blog da Tina", em que ela traz dicas culturais.


Pra quem curte quadrinhos, "Tina" é uma boa pedida. A adolescente sempre foi uma das mais queridas personagens do universo criado por Maurício e merecia esse voo solo há muito tempo. Demorou, mas chegou.


André Santana

1 xícaras tomadas.:

Jaime Guimarães disse...

Olá!

Bom, eu sou um fã de HQ, mas confesso que também sou tradicional. Por isso continuo acompanhando HQ's como Tex Willer, que não muda em nada há uns 60 anos e continua com público fiel.

Acho que o Maurício de Sousa está certo em investir nestes novos filões, principalmente no mangá, que eu não gosto, mas não há como negar que é o que vende e os adolescentes mais "curtem" em termos de HQ. Uma questão de sobrevivência, até. Gibis da Disney perderam espaço nas bancas. Super-heróis como Homem-Aranha tiveram que mudar e passar por várias fases para agradar aos gostos atuais.

E é assim com a Turma da Mônica Teen e com a Tina.

Não gosto, mas entendo perfeitamente o porquê.

abs e obrigado à Janaína pela visita e comentário lá no Grooeland! abs!