O cartunista brasileiro Maurício de Sousa declarou, recentemente, que os maiores consumidores de suas histórias em quadrinhos são crianças e adultos. Segundo ele, adolescentes são difíceis de agradar. É a fase da vida em que o jovem abandona as HQs, pois as considera coisa de criança. Mas volta a elas depois de adulto, pois diversão não tem idade.
Para tentar evitar este hiato, a Maurício de Sousa Produções e a editora Panini começaram a mirar no público adolescente. Primeiro, lançaram o "Almanaque da Tina", com republicações de histórias protagonizadas por Tina, Rolo, Pipa e Zecão, a turma de adolescentes que aparece nas revistas da "Mônica". Depois vieram as minisséries da coleção "Tina e os Caçadores de Enigma", a primeira revista lançada com a intenção de agradar o jovem através de personagens velhos conhecidos. As minisséries foram lançadas em formato americano e trouxeram algumas mudanças à Tina e cia: o visual de alguns personagens foi alterado e todos agora aparecem na faculdade. Tina é uma estudante de jornalismo e, como tal, tem alma de repórter. As minisséries, portanto, levam Tina e seus amigos a investigarem mistérios, que podem ser mitológicos, alienígenas ou sobrenaturais.
Depois veio o mangá "Turma da Mônica Jovem", que trouxe Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali aos 15 anos e com visual de quadrinhos japoneses. A publicação, que está na décima edição, mescla tramas fantasiosas, em que os personagens se tornam heróis e salvam o mundo, com tramas voltadas ao cotidiano, com colégio, namoros etc. A revista não agradou a todos, mas mostrou sua força nas bancas, onde segue sendo bem vendida.
O sucesso da "Turma da Mônica Jovem" deve ter pesado na decisão de, finalmente, trazer Tina e seus amigos numa revista efetiva, e não mais minisséries ou almanaques. A revista "Tina" já está nas bancas, em formato americano, trazendo várias histórias divertidas protagonizadas pela jovem repórter e seus amigos. Ao contrário da "Turma Jovem", "Tina" traz várias histórias por edição, a maioria com temas mais cotidianos. Apenas a história que fecha a revista é que é mais fantástica e, aparentemente, pretende dar continuidade à série "Caçadores de Enigmas", desta vez numa saga em que os personagens vão investigar os mistérios do continente perdido de Atlântida. Além dos quadrinhos, a revista traz ainda entrevistas (a da primeira edição é com Mônica Sousa, a filha do Maurício que inspirou a personagem) e uma seção chamada "Blog da Tina", em que ela traz dicas culturais.
Pra quem curte quadrinhos, "Tina" é uma boa pedida. A adolescente sempre foi uma das mais queridas personagens do universo criado por Maurício e merecia esse voo solo há muito tempo. Demorou, mas chegou.
André Santana
16 junho 2009
"Tina", finalmente, ganha revista própria
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16 junho 2009
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Olá!
Bom, eu sou um fã de HQ, mas confesso que também sou tradicional. Por isso continuo acompanhando HQ's como Tex Willer, que não muda em nada há uns 60 anos e continua com público fiel.
Acho que o Maurício de Sousa está certo em investir nestes novos filões, principalmente no mangá, que eu não gosto, mas não há como negar que é o que vende e os adolescentes mais "curtem" em termos de HQ. Uma questão de sobrevivência, até. Gibis da Disney perderam espaço nas bancas. Super-heróis como Homem-Aranha tiveram que mudar e passar por várias fases para agradar aos gostos atuais.
E é assim com a Turma da Mônica Teen e com a Tina.
Não gosto, mas entendo perfeitamente o porquê.
abs e obrigado à Janaína pela visita e comentário lá no Grooeland! abs!
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