Como dizia aquela música, "mande notícias, o mundo de lá diz quem fica". A música se refere a uma estação e, seja ela ferroviária, rodoviária ou aérea, fato é que a estação não só rende belas palavras em poesias e músicas, mas também rende como cenários de grandes histórias. Até me lembro agora de "O Livro Amarelo do Terminal", da jornalista Vanessa Bárbara, que faz um belo retrato de tipos e situações da maior rodoviária de São Paulo. Além disso, não são poucos os filmes a explorar a riqueza do local. De cara, já vem em mente o delicioso "O Terminal", com Tom Hanks tentando voltar à Krakozhia.
Neste final de semana, uma das novidades do cinema também explora um aeroporto. E coloca em seu centro um personagem completamente desgarrado de todo e qualquer lugar, livre das relações humanas convencionais e, por isso, capaz de se sentir totalmente à vontade num aeroporto. Trata-se de "Amor Sem Escalas", comédia dramática que traz nas entrelinhas a máxima já conhecida de que "seria cômico, se não fosse trágico". Ou não.
O longa conta a história de Ryan Bingham, vivido por George Clooney, um homem orgulhoso de não criar raízes em lugar nenhum. Talvez por isso que ele seja um grande profissional, pois seu trabalho é demitir funcionários para cortar os gastos das empresas. Sem nenhum tipo de amarra social, não é tão difícil assim ser o porta-voz das más notícias. Ryan vive seus momentos de folga em quartos de hotel e dentro de aviões. Seus interesses amorosos estão espalhados pelas cidades onde esteve e o homem se encontra satisfeitíssimo com seu estilo de vida, praticamente vivendo dentro do aeroporto. Assim, seu maior sonho é conseguir dez milhões de milhas como passageiro e, deste modo, ser o oitavo homem no mundo a ter um belíssimo cartão vip. No entanto, Ryan se verá obrigado a rever certos valores ao se deparar com duas mulheres diferentes: a insegura assistente Natalie (Anna Kendrik) e a consultora Alex (Vera Farmiga).
André Santana
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