20 fevereiro 2010

"Um Olhar do Paraíso": a vida vista de cima

. 20 fevereiro 2010


Dois pesos-pesados do cinema mundial se unem para oferecer um legítimo e eficiente drama sobre a efemeridade da vida e questões de família. Este é apenas uma das várias maneiras que se pode apresentar “Um Olhar do Paraíso”, longa dirigido por Peter Jackson (“O Senhor dos Anéis”) e produzido por Steven Spielberg, que entra em cartaz nos cinemas do Brasil.

O filme, ambientado nos anos 1970, narra a história da adolescente Susie (Saoirse Ronan, de “Desejo e Reparação”), uma garota bem nascida e bem criada por uma família convencional. No entanto, ela é vítima de um abuso sexual e morre, desencadeando uma série de situações que vai desfalecendo seu núcleo familiar. Do “purgatório”, ela passa a observar com angústia o sofrimento de sua família, alimentando sua vontade de vingança contra seu assassino (vivido por Stanley Tucci, que concorre ao Oscar de melhor ator coadjuvante pelo papel). Seu pai, Jack (Mark Wahlberg), ficará obcecado em descobrir quem é o assassino, enquanto sua mãe, Abigail (Rachel Weisz), não é capaz de lidar com o assunto. E chega Lynn (Susan Sarandon), mãe de Abigail, alcoólatra e com problemas com a filha, personagem tresloucada que trará a vida de volta à família.

“Um Olhar do Paraíso” é uma adaptação do livro “Uma Vida Interrompida – Memórias de um Anjo Assassinado”, de Alice Sebold. A autora ficou conhecida ao lançar sua autobiografia, intitulada “Sorte – Um Caso de Estupro”, em que relata seu trauma após ter sido vítima de abuso sexual aos 18 anos. Ela também é autora de “Quase Noite”, em que a personagem conta como planejou a morte de sua mãe. Sua obra se caracteriza pela prosa direta e por imprimir certo humor diante de temas tão delicados. Todos os seus livros foram lançados no Brasil.

De olho no Oscar

A semana também marca a estreia de alguns dos filmes que concorrem ao Oscar 2010 nas telonas brasileiras. Tem “Um Homem Sério”, de Joel e Ethan Coen, sobre Larry Gopnik (Michael Stuhlbarg), um professor que vê sua mulher o trocando por um colega, e que tem uma família bem confusa: seu irmão Arthur (Richard Kind) mora em sua casa e dorme no sofá; seu filho Danny (Aaron Wolf) é um estudante problemático e rebelde; e sua filha Sarah (Jessica McManus) pega, frequentemente, dinheiro de sua carteira para fazer uma plástica no nariz. Uma carta anônima também ameaça sua carreira na universidade. Larry, então, decide pedir conselhos a três diferentes rabinos que poderão ou não ajudá-lo, diante de tantos problemas. Além da indicação de Melhor Filme, está no páreo pela estatueta de Melhor Roteiro Original.

Em “Educação”, de Lone Scherfig, narra-se a transição da jovem Jenny (Carey Mulligan) da adolescência à idade adulta, na Grã-Bretanha no início dos anos 1960, na passagem do período ultrarrígido que se seguiu à Segunda Guerra Mundial para a década liberal que viria a seguir. Ela é uma aluna brilhante, dividida entre estudar para conseguir uma vaga em Oxford ou seguir pela alternativa mais excitante oferecida por um homem mais velho e carismático. Além do Oscar de melhor filme, o longa concorre por Melhor Atriz (Carey Mulligan) e Melhor Roteiro Adaptado.

Post sobre Oscar com informações do Cineclick

André Santana

Quer conhecer a obra de Alice Sebold, autora de “Uma Vida Interrompida – Memórias de um Anjo Assassinado”? Visite o site da Livraria Cultura (link ao lado).

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