14 abril 2010

Globo lança séries e aposta em temas variados

. 14 abril 2010


A Globo lançou sua nova programação na semana passada e, como já é de praxe, as novidades de fato são as séries de temporada. É bom ver o esquema “poucos episódios/renovação constante” tornando-se tônica da grade da emissora, pois assim nós, espectadores, temos novidade o ano todo.

No ano passado, a emissora já havia acertado ao não apostar mais somente em comédias, com as estreias de “Força-Tarefa” e “Tudo Novo de Novo”. A variedade de gêneros permanece em 2010, com a volta do seriado policial e a estreia de “A Vida Alheia”.

Ao que tudo indica, “Força-Tarefa” voltou inspirado. Sem mais nenhum compromisso em apresentar personagens e situações, a nova temporada da série focou direto no caso da semana e na vida do tenente Wilson. O episódio de estreia contou com boas cenas de investigação, ação na medida (nem demais, nem de menos) e soube explorar bem os conflitos do personagem de Murilo Benício. Se sua relação com Jacque já era motivo de reflexão diante de seu trabalho de risco, a coisa fica pior quando ele descobre que ela está grávida. Destaque para o final do episódio, em que a relação entre Wilson e Jacque fica em aberto. Séries brasileiras estão, aos poucos, percebendo a importância de um “arco de trama” bem definido e do poder de um bom cliffhanger.


Já “A Vida Alheia” trouxe uma proposta bem interessante. Mesmo com sua gritante “inspiração” em “Dirt”, a série de Miguel Falabella traz uma premissa que talvez não seja compreendida por toda a audiência. Estaria a TV brasileira, finalmente, indo à busca da segmentação? Seria uma boa. A série não foi unanimidade, muita gente torceu o nariz, mas a verdade é que ela ainda pode render muito. Ao mostrar a redação de uma revista de fofocas que faz de tudo por um furo, incluindo aí atitudes pouco ortodoxas e até fora-da-lei, “A Vida Alheia” torna-se uma sátira do próprio meio ao qual está inserida, e é isso que a torna atraente. E o que poderia ser apenas uma comédia satírica tornou-se uma dramédia de inúmeras possibilidades. Já sou fã de Alberta “Peçonha”, mesmo que Claudia Jimenez tenha exagerado um pouquinho no tom blasé.

Mas, claro, as comédias de fato não faltaram. “SOS Emergência” foi a primeira e a mais fraca das estreias. A ideia de se fazer comédia num hospital é ótima, vide “Scrubs”, mas o resultado final não foi dos melhores. Ficou parecendo uma série de pequenas esquetes unidas e cheias de piadas batidas e previsíveis. Faltou explorar melhor os personagens e suas características, afinal, o elenco é ótimo! “Separação?!” se deu melhor. Alexandre Machado e Fernanda Young tem um estilo único e já consagrado, e é bom vê-los explorando novamente as situações de um relacionamento. Comédia de fácil identificação, e que conta ainda com um narrador irônico e divertido. Débora Bloch e Vladimir Brichta também aparecem em total sintonia na pele de Karin e Agnaldo.

A emissora prepara ainda mais séries a estrear ao longo do ano, como outro policial, de Antonio Calmon, e um drama, de João Emanuel Carneiro, além da merecida volta de “Aline”. Só uma pena que o especial “Programa Piloto”, parece, não se tornará uma série regular. Merecia.


Não se perca:
 
"SOS Emergência" - domingos, depois de "Fantástico"
"Força-Tarefa" - terças, depois de "Casseta & Planeta"
"A Vida Alheia" - quintas, depois de "A Grande Família"
"Separação?!" - sextas, depois de "Globo Repórter"
 
André Santana

1 xícaras tomadas.:

KGeo disse...

que a globo estar prescisando é de novas direções e um jj abrans para a globo.