19 junho 2010

"Toy Story" e a vitória da animação

. 19 junho 2010


15 anos depois de sua estreia nos cinemas, a animação “Toy Story” ganha uma terceira parte. “Toy Story 3” estreia nos cinemas brasileiros em 18 de junho, trazendo de volta os bonecos Woody e Buzz em novas aventuras e firmando a animação como um gênero cinematográfico não necessariamente atrelado ao universo infanto-juvenil.

Estranha tal afirmação em se tratando de um filme protagonizado por brinquedos, mas “Toy Story” é parte fundamental na evolução do cinema de animação como o conhecemos hoje. A produtora Pixar, ao se associar à Disney na produção de filmes animados em computação gráfica, tornou-se a grande responsável pelo boom da animação em 3D. O pioneiro “Toy Story” tornou-se referência e ditou moda, seja tecnologicamente ou na maneira de se pensar um roteiro. A própria Disney nunca mais foi a mesma depois da parceria (atualmente, a Pixar pertence à Disney), pois, ao perceber que seus filmes de animação tradicional já não causavam o mesmo impacto que suas produções em computação gráfica, tratou de interromper por um bom tempo a produção dos mesmos. O estúdio só voltou a apostar em animação tradicional com “A Princesa e o Sapo”, no ano passado.

A força dos filmes da Pixar não está somente na tecnologia empregada na execução dos longas. O roteiro de cada uma das produções é pensado de modo a atingir toda a família, com tramas originais e criativas, que mesclam emoção e humor, como explica John Lasseter, diretor de “Toy Story”. “Para nós, a trama precisa ter coração. E é uma das coisas mais difíceis. Como Walt Disney dizia, para cada risada deve haver uma lágrima. Eu sei que conseguimos ser engraçados e fazer filmes bonitos. Mas é o coração que conta”, disse, durante o festival de Cannes do ano passado.

Foi com este pensamento que filmes como “Procurando Nemo”, “Os Incríveis”, “Ratatouille”, “Wall-E” e “Up – Altas Aventuras” caíram nas graças do público e da crítica especializada, angariando prêmios e fortalecendo o mercado de animação.

Além de permitir que a Pixar continuasse evoluindo e produzindo filmes cada vez mais interessantes, “Toy Story” abriu caminho para que outras produtoras cinematográficas começassem a enxergar na animação um nicho rentável. Assim, filmes como “Shrek”, da Dreamworks, e “A Era do Gelo”, da Fox, arrastaram crianças, jovens e adultos para as telonas e tornaram-se séries cinematográficas de sucesso. E agora, com o lançamento de “Toy Story 3”, o futuro da animação deve seguir “ao infinito e além”, como profetizou Buzz Lightyear, o protagonista do longa.

André Santana

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