31 março 2010

"Apenas o Fim": uma câmera e uma ideia

. 31 março 2010

Uma pirotecnia e uma firula no cinema sempre diverte. Isso não quer dizer que firulas e pirotecnias são necessárias. Boas ideias podem ser absolutamente simples. Uma prova disso é o filme nacional "Apenas o Fim", disponível em DVD. Um filme de Matheus Souza, resultado de um projeto de alunos do curso de cinema da PUC-Rio, contando com o apoio do Departamento de Comunicação Social da faculdade.

O filme mostra, basicamente, um diálogo entre dois namorados. A moça, bonita e cheia de atitude, diz que vai embora e que eles tem uma hora para acertar os ponteiros. Ele, típico nerd. Começa a conversa. Os dois falam de tudo, num papo com referências imediatas à cultura pop. Nada muito profundo, mas que impressiona pela naturalidade e não deixa de ser interessante. E a narrativa se divide. Há o lado colorido, no câmpus, onde rola a DR. E há o lado preto e branco, na cama, que mostra situações passadas.

Gregório Duvivier, que integra a nova geração de humoristas nos palcos do teatro de comédia de improviso e com participações em TV, como "O Sistema", e cinema, como "Mulher Invisível"; e Érika Mader, apresentadora do "Lugar (In)Comum" e que integrou o elenco de "Paraíso Tropical", da Globo, encabeçam o elenco. E o fazem muito bem. Totalmente à vontade, fica fácil embarcar na conversa deles. E "Apenas o Fim" ainda tem suas "pontas de luxo", com Marcelo Adnet, Nathalia Dill, Anna Sophia Folch, Álamo Faço e Júlia Gorman.


Segundo a revista Preview, o cineasta Matheus Souza tinha 19 anos e estava no quinto período do curso de cinema quando decidiu escrever e dirigir "Apenas o Fim". A ideia do filme surgiu durante suas férias e a execução só foi possível com o apoio da faculdade, que cedeu o campus para as filmagens. Rodado em 12 dias, "Apenas o Fim" contou com uma produção composta por 30 colegas de Souza. O mais interessante foi a maneira encontrada para levantar fundos e pagar técnicos e equipamentos: a equipe rifou uma garrafa de uísque oito anos fornecida pelo pai de um dos alunos. Bela história, não?

André Santana

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