03 abril 2010

"Os Famosos e os Duendes da Morte" discute o real e o virtual

. 03 abril 2010


As barreiras de uma vida inventada e uma vida real são tema de "Os Famosos e os Duendes da Morte", longa nacional que entra em cartaz nesta semana em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Porto Alegre. Trata-se da estreia de Esmir Filho, conhecido por dirigir curtas, no comando de um longa metragem.

O filme conta a história de um jovem (Henrique Larré), que não tem nome, e é totalmente alheio ao mundo que o cerca. Sua janela para o mundo é a tela de seu computador, na frente da qual passa todo o seu tempo. Seus amigos são os virtuais, e sua vida sob pseudônimo Mr. Tambourine Men tem mais peso que a realidade. O jovem é morador de uma pequena cidade de colonização alemã, onde suicídios são muito comuns. Assim, vive dentro de sua melancolia, enquanto ouve Bob Dylan, seu cantor favorito, e convive com fantasmas, reais ou imaginários, que o perseguem.

A situação pode mudar quando surge uma oportunidade para o jovem sair de dentro de seu universo: um show de Bob Dylan em São Paulo. Encorajado por um "amigo virtual", o jovem desenvolverá uma luta interna para deixa sua zona de conforto, que não é tão confortável assim. O filme explora as dificuldades latentes e comuns aos seres humanos, da escolha entre ganhar o mundo ou manter-se estável.

Em "Os Famosos e os Duendes da Morte", que foi o grande vencedor do Festival do Rio no ano passado, o diretor Esmir Filho ("Saliva", "Alguma Coisa Assim", além do sucesso da Internet "Tapa na Pantera") passa boa parte do tempo estabelecendo um clima, delineando personagens e retratando suas angústias. Baseado no livro homônimo de Ismael Caneppele, que também é corroteirista e interpreta o personagem Julian no longa.

André Santana

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